Existem atualmente mais de 4000 espécies de lagartos conhecidas, desde os pequenos geckos, com cerca de 20cm, até os enormes dragões de komodo, com até 3 metros de comprimento. Muitas dessas são mantidas como pet por várias pessoas em todo o mundo. Uma das mais populares é a iguana (Iguana iguana), encontrada facilmente em muitos petshops para exposição e venda.
Os lagartos podem ser herbívoros, insetívoros, carnívoros e onívoros, variando conforme a espécie. Os hábitos alimentares podem ser variados na natureza, mas devem ser muito bem balanceados quando o animal está em cativeiro. Por isso, é muito importante conhecer a espécie, seus hábitos, alimentação e tudo que envolva seu bem estar antes de adquiri-la.
Complementos vitamínicos, rações nacionais e importadas estão disponíveis para os lagartos, entretanto, estes produtos não podem ser oferecidos como única fonte de alimento, e devem ser utilizados como “complemento” para uma nutrição adequada de lagartos (focando em alimentação natural). Rações de outra espécies, como as de gatos e cães, não devem ser utilizadas, pois não oferecem a quantidade de nutrientes necessários.
Os herbívoros, como é o caso da iguana, costumam receber uma grande variedade de folhas, sendo cerca de 60% de folhas escuras, 20% de legumes e 20% de frutas. Algumas variedades devem ser evitadas, como: alface, repolho, carambola e o morango. Todas as folhas oferecidas precisam estar bem limpas, picadas e misturadas de forma que o animal não escolha o que vai comer.
Alguns vegetais como o espinafre e a couve devem ser oferecidos esporadicamente, uma a duas vezes na semana, pois contém muito oxalato. As frutas também podem ser oferecidas em pequeno volume, mas sempre em variedade.
Flor de hibisco e pimenta vermelha são bem aceitas e podem ser oferecidas misturadas as outras folhas para algumas espécies.
A ração pode ser acrescentada, representando somente uma pequena porcentagem do alimento oferecido, misturada as folhas ou colocada em recipiente separado. A ração que sobra ou que fica umedecida ao final do dia deve ser substituída por nova.
O teiú (Tupinambis merianae) que é um lagarto onívoro deve ser alimentado com grande variedade de alimentos, e não somente de carne e ovos como muitas pessoas acabam fazendo. Esses alimentos a longo prazo podem deixar o animal obeso, comprometer a sua nutrição e o desenvolvimento físico. A alimentação é feita de preferência, com presa inteira, geralmente se utilizam pequenos camundongos, pintinhos e até peixes. Os roedores devem ser sempre oferecidos mortos para que não machuquem o lagarto.
As presas inteiras possuem boa quantidade de nutriente, e na alimentação desses animais o complemento vitamínico não precisa ser utilizado. Também devem ser oferecidos ovos, frutas, verduras e carne, em menor proporção.
Os lagartos insetívoros, como o Leopardo Gecko (Eublepharis macularis) que vem se tornando muito popular no Brasil, tem alimentação baseada em boa variedade de insetos: grilos, tenébrios, pequenas baratas, minhocas, bicho da seda e muitos outros. Em cativeiro, os insetos devem ser polvilhados com cálcio e vitamina D em pó para complementar a nutrição antes de serem oferecidos. Os insetos devem estar vivos, pois os lagartos insetívoros costumam caçar sua alimentação e podem deixar de se alimentar se a presa estiver morta.
Os tenébrios são altamente palatáveis e bem aceitos, mas como tem alto teor de gordura devem ser oferecidos em menor quantidade para não deixar o lagarto obeso.
Procure sempre obter insetos e pequenos vertebrados de boa qualidade para alimentação, pois o alimento deve estar saudável antes de ser oferecido ao animal. Os insetos podem estar desnutridos, mas com aparência normal, levando o lagarto a não ter bom aproveitamento de nutrientes.
Muitos animais podem desenvolver a anorexia, que é a perda do apetite, em decorrência de muitos fatores como: alimentação inadequada, ambiente impróprio, muito frio, companheiro dominante, entre outros. O ambiente onde o lagarto vive deve possuir uma zona de conforto térmico, para que ele consiga realizar sua regulação térmica de forma adequada. Não existe a necessidade de colocar areia ou cascalhos no terrário, já que esses substratos podem causar obstrução do trato digestivo quando engolidos pelo animal.
A dieta deve ser sempre balanceada, independente do tipo de alimentação que o animal precisa. Alterações para mais ou para menos na quantidade de nutrientes podem levar o animal a desenvolver distúrbios metabólicos e até anorexia. Caso tenha dúvida sobre a alimentação ou se perceber que o animal está com comportamento diferente entre em contato com nossos especialistas.